sábado, 12 de maio de 2012

Histórias que valem a pena

   Às sextas, no meu trabalho, todos os setores se reunem para tomar café com nosso chefe. Alguns contam histórias, outros fazem uma oração diferente e no final, sempre oramos um Pai Nosso, antes de começarmos a  comer.
   Nessa sexta, não poderia ser diferente, houve uma homenagem às mães com direito a bolo, bola e apresentação de slides. Muitas pessoas se emocianaram, inclusive eu. E enquanto a homenagem acontecia, eu comecei a montar um texto mentalmente sobre o fato de eu não ser mãe. 
   Quando voltei a minha sala, tinha uma janelinha piscando no meu Explorer: Era Luísa, uma menina que conheço há muito tempo que provou, com sua história de vida, que as pessoas mudam, e mudam pra melhor. Luísa queria me dar uma ideia: fazer um texto pro dias das mães. Eu ri com a grande coincidência (lá no café, eu já comecei a mentalizar o texto, lembram?), abri o word e comecei a escrever imediatamente. Assim, nasceu o texto publicado ontem.
    Mostrei esse texto pra Luísa e ela se sentiu à vontade para me mostrar o texto lindo de uma história real vivida por ela, feito na sexta de manhã. Pedi pra postar na hora né? E para a minha alegriaaaaaaaa, ela deixou.
   Leiam com todo carinho porque é uma daquelas histórias que valem a pena:

História de uma mãe de primeira viagem
por Luísa Duarte

    Lembro-me de quando era pequena, quando brincava de bonecas com minha irmã e minhas primas e dizia “Eu não vou ter filhos”.
   Essa idéia se formou na minha cabeça ao longo da minha adolescência. Não sei por que isso me assustava tanto. Não sei se era o conceito de ter muitas responsabilidades, ver como era difícil uma relação entre pais e filhos ou ver como minha mãe se sacrificava  para dar o melhor pra mim e pra minha irmã.
    O tempo foi passando e fui amadurecendo a idéia. “Vou ter filhos aos 30”. Sempre achei muito bonita a relação de uma mãe com seu filho, aquela troca... Mas nunca, imaginei que estava tão perto de acontecer comigo. Como disse, nunca tive esse pensamento; “Eu nasci pra ser mãe”. Nunca me imaginei trocando fraldas, amamentando..
   Na época, eu trabalhava em uma loja de roupas e convivia com muitas outras meninas. Grande parte já com filhos. Algumas tiveram filho aos 16, outras aos 18. Achava aquilo surreal.. “Como assim, gente?”. Eu tinha apenas 19, recém completados.
   Percebi que estava engordando um pouco, mas pensei: “Ah, eu ando comendo muita besteira. Deve ser por isso.” Comecei a enjoar, mas não cogitei a hipótese.. “Devo ter comido algo que me fez mal, estou com o estômago ruim”.
   Até que certo dia, uma das meninas com quem eu trabalhei, olhou pra mim e disse: “Você está grávida”. Não, não podia ser. Eu não queria aquilo, não tão cedo.
   Ela foi à farmácia, comprou um teste de gravidez pra mim. Duas linhas rosa. Não quis acreditar. Entrei em desespero total. Mas peraí, cabeça no lugar, às vezes esses exames dão errado mesmo.
No dia seguinte, fui a um laboratório logo pela manhã e fiz o Beta HCG. O resultado só sairia as 18h. Ansiedade tremenda, a hora não passava...
   É chegada a hora do resultado. POSITIVO, bem grandão. O que eu ia fazer agora?
   Não conseguia parar de chorar, aquela história “A ficha não caiu”.
   Contei pro Samir (meu namorado e companheiro até hoje), e ele ficou tão feliz. E foi aquilo que me colocou pra frente. Aquele apoio indescritível, aquela felicidade...
   Todos os meus familiares e amigos me deram muito apoio, e isso me empurrava mais pra frente.
   Tive uma gravidez tranqüila, saudável, apesar de todos os altos e baixos em relação à auto-estima e emoções descontroladas.
   No dia 29 de março de 2010, nasce o Samir (não, não escolhi esse nome, apesar de estar me acostumando agora, 2 anos depois) e foi amor à primeira vista.
   Nunca imaginei sentir tanto amor por um ser tão pequenininho, tão frágil... Tudo aquilo que não me imaginava fazendo, (trocar fraldas e amamentar) eu fazia com um amor tão grande...
   Hoje ele já tem 2 aninhos, hoje é ele que me empurra pra frente. Esse amor indescritível, incontrolável...    Cada sorriso que me acolhe quando eu chego em casa do trabalho, cada abraço, cada beijo... Tudo isso vale a pena, cada segundo disso.
   Graças a ele, ao meu Samirzinho, eu sou Mãe, sou mais mulher, sou mais responsável, mais madura. E se alguém me perguntar se eu trocaria isso por qualquer coisa do mundo, eu não pensaria duas vezes.  Não trocaria nunca, jamais.

A Luísa com o Samirzinho no niver de 2 aninhos dele.
Agora, me digam: com uma carinha linda dessa, não tem como não mudar de ideia né?
Parabéns, Luísa! 
Continue conservando essa sua família linda e querida. 
 

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